William Mendonça
POESIA, PROSA, MÚSICA E TEATRO
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Textos

NEIL PEART

A técnica perfeita do baterista do Rush

 

   O trio canadense Rush já tinha gravado seu primeiro álbum, em 1974, quando o baterista Neil Peart entrou em sua história. O que seria uma simples substituição na bateria, que ficara vaga após John Rutsey deixar o posto por problemas de saúde, acabou se transformando em um encontro de amigos – Peart, o guitarrista Alex Lifeson e o baixista/vocalista Geddy Lee. Sempre dispostos a evoluir como músicos e banda, os três criaram uma obra poderosa e marcante no rock mundial.
   Nascido Neil Ellwood Peart, em 12 de setembro de 1952, o baterista era natural de Hamilton, em Ontário, filho mais velho de um vendedor de implementos agrícolas. Quando completou 13 anos, ganhou seu primeiro kit de bateria – ainda básico. No ano seguinte, passou a ter aulas no Peninsula Conservatory of Music, em St. Catharines. Logo, a bateria estava completa.
   Obsessivo pelo estudo do instrumento, Neil Peart começou a atuar em algumas bandas da região. Decidiu, então, tentar a sorte como baterista em Londres, enquanto trabalhava vendendo joias, porém, o esperado sucesso não veio. Voltou para o Canadá e foi trabalhar na empresa do pai, mas continuou tocando em bandas locais até surgir a oportunidade de um teste para se tornar o novo baterista do Rush.
   Peart revelou que desde o primeiro momento percebeu que havia uma conexão com os dois outros integrantes. Para ele, o senso de humor e o tom amistoso de Lee e Lifeson acabariam sendo fundamentais para a longevidade da banda. Desde o teste ficou claro para os dois que não havia outro baterista como Peart. Como bônus, o novo baterista agregou ao Rush letras que elevaram o patamar do grupo, inspirado em filosofia e ficção científica.
   O disco de estreia da nova formação, “Fly By Night” (1975) apresentava a surpreendente capacidade de Peart em agregar elementos sonoros à sua performance. Nos discos que se seguiram, “A Caress of Steel” (1975) e “2112” (1976), finalmente o sucesso e o reconhecimento tinham sido conquistados. Para Peart, todos os experimentos sonoros do trio iriam desembocar em “Moving Pictures” (1981), 8º álbum de estúdio do Rush, um divisor de águas. 
   As apresentações ao vivo do Rush, registradas em álbuns como "All the World's a Stage" (1976), "Exit... Stage Left" (1981) e "Rush in Rio" (2003), entre outros, dão uma prova da performance vigorosa e tecnicamente perfeita de Neil Peart, com seus longos solos cheios de nuances. Porém, em 1997, um drama pessoal mudou para sempre a vida do baterista. Em dez meses, morrem sua filha Selena, de 19 anos, e a esposa Jacqueline. Peart se afastou de tudo e procurou recuperar o sentido de viver em uma viagem de moto pela América do Norte, que relatou no livro “Ghost Rider: a estrada da cura” (2002). 
   Neil Peart casou-se novamente em 2000 e voltou ao Rush no ano seguinte, gravando e fazendo shows até o álbum “Clockwork Angels” (2012). Em 2015, suas dores em virtude de uma tendinite obrigaram ao afastamento dos palcos. Pouco depois, descobriu que tinha um tumor cerebral. Morreu em Santa Monica, California, em 07 de janeiro de 2020. 

 

(Parte da coletânea LENDAS DO ROCK, em produção, de William Mendonça. Direitos reservados.)

William Mendonça
Enviado por William Mendonça em 29/06/2023
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