William Mendonça
POESIA, PROSA, MÚSICA E TEATRO
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Textos

WILLIAM SHATNER
Audaciosamente indo através do tempo

 

   Em suas quase sete décadas de presença nas telas de TV e cinema, William Shatner deu uma rasteira nos críticos: satirizou-se a si mesmo uma infinidade de vezes, com tanto bom humor e clara sinceridade, que pouco mais se poderia dizer ao seu respeito. Ainda assim, entre os colegas de elenco na série que marcou sua carreira, Star Trek, Shatner viveu sérios desentendimentos – acusado de ser egocêntrico e de não enxergar o valor dos outros atores. A esse respeito, ele faria um “mea culpa” em sua biografia, “Jornada nas Estrelas: Memórias”.
   Canadense de Montreal, Quebec, William Shatner nasceu em 22 de março de 1931, filho de um alfaiate e uma professora, e pode ser chamado de talento precoce. Atuava em peças na escola desde os oitos anos de idade. Nos anos seguintes, integrou o elenco de produções radiofônicas, pela Canadian Broadcasting Corporation (CBC), além de atuar pelo Montreal Children’s Theatre.
   Antes de seguir carreira nas artes cênicas, Shatner ainda iria se formar na McGill University, como bacharel em Comércio, em 1952. No mesmo ano, já estava no palco, fazendo o que mais gostava. Estreou em uma montagem de “Tom Sawyer”. Em 1954, ingressou no Stratford Shakespeare Festival e, depois de vários papéis coadjuvantes, estrelou “Tamburlaine, o Grande”, de Marlowe, com a qual se apresentou na Broadway, em 1956. 
   Shatner, a essa altura já em seu primeiro casamento, decidiu ficar em Nova Iorque para tentar a carreira nos Estados Unidos. Dois anos depois, estaria no elenco do filme “Os irmãos Karamazov”. Mas, até ser escolhido por Gene Roddenberry para viver James T. Kirk em Star Trek, Shatner teve que mostrar seu talento em papeis menores. Achou que o contrato da série daria a ele e à família o sustento por alguns anos.
   Teatral, exagerado, por vezes canastrão, a verdade é que William Shatner deu o caráter ao capitão Kirk que tanto o criador da série quanto o público queriam. Era passional, impulsivo, por vezes quebrando regras e sempre às voltas com belas mulheres. Ele reviveu o papel do capitão na série animada de Star Trek e, depois, em sete filmes da franquia nos cinemas – dirigindo um deles. Quando surgiram as convenções de fãs, Shatner virou o centro das atenções, com suas tiradas cômicas e solicitude com os trekkers.
   Entre 1982 e 1986, estrelou a série “T.J. Hooker” (Carro Comando). Nos anos 1990, lançou uma série de TV baseada em seus livros “TekWar” e apresentou a série “Emergência 911”. Em 2004, recebeu um prêmio Emmy por sua atuação na série "The Pratice", e repetiria o papel do advogado Danny Crane na série "Boston Legal", ganhando outro Emmy e um Globo de Ouro. No cinema, ficou marcado por sua participação, sempre mais para a comédia, em filmes como "Miss Simpatia 1 e 2" e “Showtime”, e por vários filmes sobre Star Trek, como o documentário "The Capitains" (2011).
   Inquieto, sua mais recente aventura – que ninguém tem a coragem de dizer que é "a última” – foi a viagem ao espaço, aos 90 anos, na nave New Shepard, capitaneada pelo empresário Jeff Bezos, em 2021. 

 

(Parte da coletânea ATORES EM STAR TREK (1), em produção, de William Mendonça. Direitos reservados.)

William Mendonça
Enviado por William Mendonça em 25/06/2023
Alterado em 17/12/2023
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