DOUGLAS ADAMS
Viajando pelas galáxias com muito humor
Com uma toalha na mão e uma ideia na cabeça. Foi assim que o escritor Douglas Adams conquistou seu espaço entre os leitores de ficção científica – apresentando o universo com seu humor nonsense, que, ao mesmo tempo, satiriza e celebra as obras literárias e cinematográficas do gênero. Em sua homenagem, os geeks (ou nerds, como preferirem) transformaram o dia 25 de maio no Dia da Toalha, o verdadeiro dia do orgulho nerd, ao redor do mundo.
Mas o que a data teria a ver com o autor inglês ou com sua obra mais famosa, “O Guia do Mochileiro das Galáxias”? A princípio, nada. Até porque não coincide com as datas de nascimento ou de morte do autor, nem com o lançamento do livro. No entanto, o Dia da Toalha passou a ser comemorado duas semanas depois da morte prematura de Adams, aos 49 anos. A série de livros, que surgiu de uma série radiofônica de Adams, fez dele um dos raros autores a levarem o humor à ficção científica.
Douglas Noel Adams nasceu em Cambridge, na Inglaterra, em 11 de março de 1952. Seus pais se separaram quando Adams tinha cinco anos e o menino passou a morar com a mãe, Janet, na casa dos avós em Brentwood, Essex. Cresceu no tempo da beatlemania, do surgimento de séries de TV como Doctor Who, sucesso na TV inglesa – que seria uma de suas influências. Adams graduou-se em literatura pelo St. John’s College, na Universidade de Cambridge, em 1974.
Antes de se dedicar à carreira, Douglas Adams viveria uma experiência fundamental para seu futuro sucesso literário: começou a percorrer a Europa como mochileiro, conhecendo países e culturas. O nome e a ideia para o “O Guia do Mochileiro das Galáxias” teria surgido nessa época. Em 1977, o autor conhece o produtor Simon Brett e começa a produzir a série do “Guia” para a rádio BBC 4. Seu estilo chamou atenção e logo ele estaria escrevendo para programas de TV que o influenciaram, como Monty Python e Doctor Who.
Recebeu premiações pela série de rádio e quando chegou ao livro, "O Guia do Mochileiro das Galáxias" atingiu rapidamente o primeiro lugar na lista de best-sellers britânica. Adams foi indicado ao prêmio de Melhor Jovem Romancista britânico e ganhou uma Golden Pan. A série teria mais quatro livros, além de "O Guia": "O Restaurante no Fim do Universo", "A vida, o Universo e Tudo mais", "Até mais, e Obrigado pelos Peixes" e "Praticamente Inofensiva".
Além da onipresente toalha, que o protagonista Arthur Dent logo aprende ser o item mais versátil do universo, Douglas Adams colocou outras minhocas na cabeça dos leitores nerds, como o número 42 – verdadeira resposta para qualquer enigma do universo – ou uma incrível burocracia intergaláctica, capaz de destruir planetas. “O Guia do Mochileiro das Galáxias” foi adaptado para o cinema em 2005, a partir de roteiro do próprio Adams, com direção de Garth Jennings, estrelado por Martin Freeman.
Douglas Adams sofreu o infarto, após se exercitar na academia de sua casa, em Montecito, na Califórnia, em 11 de maio de 2001.
(Parte da coletânea ESCRITORES DE SCI-FI, FANTASIA E AFINS, de William Mendonça. Direitos reservados.)