William Mendonça
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Textos

RAINER MARIA RILKE
O farol para uma geração de modernistas

 

   O poeta austríaco Rainer Maria Rilke ocupou corações e mentes de poetas em todo o mundo, com sua poesia por vezes hermética, metafísica e, quase sempre, expressão de uma vida solitária. No Brasil, grandes nomes da literatura se ocuparam da missão de traduzir Rilke. O concretista Augusto de Campos publicou duas coletâneas de poemas de Rilke; Cecília Meireles e Manuel Bandeira são dois outros tradutores famosos. Já João Cabral de Melo Neto, outro integrante da Geração de 45, citava Rilke como uma grande influência.
   Mas o que teria o escritor de tão especial para encantar tantos poetas? A postura existencialista de Rilke e a originalidade de sua obra reverberaram em toda a produção europeia das décadas seguintes, na poesia dos beatniks e também na segunda geração dos modernistas brasileiros. Rilke defendeu, em uma de suas “Cartas a um jovem poeta”, que é necessário “entrar em si mesmo” e alcançar uma “grande solidão interior” para fazer poesia.
   René Karl Wilhelm Johann Josef Maria Rilke nasceu a 04 de dezembro de 1875, em Praga, hoje capital da República Tcheca, na época parte do antigo Império Austro-Húngaro. Suas experiências com a poesia se iniciaram ainda na adolescência e, antes de completar 20 anos, o poeta lançaria o primeiro livro, “Vida e Canções” (1894). Dos versos de amor, nesse primeiro volume, Rilke migrou para versos espiritualistas em “Histórias do Bom Deus” (1900). Frequentou as universidades de Praça, Berlim e Munique.

   Pouco depois, o escritor se tornaria secretário do escultor Auguste Rodin. Rilke conhecera Rodin em 1902, passando a trabalhar com ele em 1905, e a convivência com o mestre da arte influenciaria a obra do poeta definitivamente. Em 1907 e 1908, Rilke publica dois volumes de seus “Novos Poemas”. Influenciado por Rodin, Rilke buscaria a forma que representasse seu sentimento e que tocasse os leitores, como uma bela escultura.
   O escritor se radicou em Paris. Um pouco depois, entre 1910 e 1912, viveu no Castelo de Duíno, perto da cidade italiana de Trieste, a convite da princesa Maria von Thurn und Taxis. Nesse período produziu os textos que comporiam o livro “A vida de Maria”, lançado em 1913. Durante a 1ª Guerra Mundial, Rilke volta a Munique. Sua obra é criticada por seu caráter íntimo e pessoal.
   Desde 1919, com o fim da guerra, Rilke passa a residir na Suíça – inicialmente em Sierra e depois em Valmont, onde viria a falecer. Traz a público seus dois trabalhos mais conhecidos: “Elegia a Duíno” e “Sonetos a Orfeu”, ambos de 1923. As obras complementam um ciclo sobre a vida e a morte na visão pessoal, porém filosófica, do poeta.
   Rilke lançaria também obras em prosa e era obsessivo com sua correspondência, à qual dedicava muito de seu tempo. O livro em prosa mais conhecido, “Os cadernos de Malte Laurids Brigge”, é lançado em 1910. Já as “Cartas a um jovem poeta” – escritas em 1920 e endereçadas a Franz Xaver Kappus – seriam reunidas e lançadas pelo destinatário três anos após a morte do poeta, que ocorre em 29 de dezembro de 1926, em decorrência de leucemia.

 

(Parte da coletânea HISTÓRIAS DE POETAS, de William Mendonça. Direitos reservados.)

William Mendonça
Enviado por William Mendonça em 13/06/2023
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