William Mendonça
POESIA, PROSA, MÚSICA E TEATRO
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STEPHEN SONDHEIM
O talento que renovou a Broadway

 

   A tradição do teatro musical nos Estados Unidos precisava de mais m sopro de vida e criatividade no final dos anos 1950. Foi quando surgiu um artista que renovaria a cena da Broadway. Stephen Sondheim saiu da condição de menino-prodígio, parceiro de Leonard Bernstein em "West side story", à condição de maior nome do gênero nos EUA. Com seu trabalho, palestras e orientações, influenciaria nomes como Jonathan Larson (autor de “Rent”) e Lin-Manuel Miranda (autor de “Hamilton”).
   Stephen Joshua Sondheim nasceu em 22 de março de 1930, em Nova Iorque. Sua mãe, uma designer de moda,  e o pai, fabricante de tecidos, se divorciaram quando Stephen tinha 12 anos. O trauma com a separação e a mudança, com a mãe, para Doylestown, na Pensilvânia, tornaram o menino ainda mais introspectivo. Graças à música (estudava piano e órgão desde pequeno) conseguiu se destacar na George School. Logo começava a compor seus primeiros espetáculos.
   A esta altura na vida de Sondheim, ainda adolescente, surge sua influência definitiva, o compositor Oscar Hammerstein, pai de um colega. Hammerstein - letrista de "A noviça rebelde" - assumiu uma espécie de tutoria do jovem talento, oferecendo conselhos técnicos e artísticos. Sondheim o considerava uma segunda figura paterna. Em 1950, Sondheim se graduou em Música no Williams College. E, já na vida adulta, viveu em Nova Iorque e Los Angeles, onde iniciou a carreira de roteirista. 
   Seu primeiro trabalho profissional no teatro de Nova Iorque foi a música para a peça "The girls of Summer" (1956). No ano seguinte foi convidado para o seu primeiro projeto de destaque: escrever as letras para o musical "West side story", espécie de Romeu e Julieta nós bairros de imigrantes em Nova Iorque, que se tornaria um sucesso na Broadway e uma adaptação para o cinema que se tornou um blockbuster.
   Acostumando a compor letra e música, Sondheim criou nas décadas seguintes espetáculos premiados e aclamados por público e crítica. A adaptação de uma obra de Platão, "A funny thing happened on the way to the Forum" (1962) teve mais de mil apresentações, recebendo o Tony de melhor musical. O autor receberia outros Tony (o Oscar do teatro nos EUA), geralmente por melhor música ou letra, com os espetáculos "Company" (1970), "Follies" (1971), "A little music night" (1973), "Sweeney Todd" (1979), "Into the Woods" (1987) e "Passion" (1994), vários deles adaptados para o cinema.
   Sondheim foi presidente da Dramatists Guild de 1973 a 1981 e é um caso raríssimo de vencedor também do Oscar, Grammy e Pulitzer: Oscar de melhor canção pelo filme Dick Tracy, Grammy por “Sweeney Todd” e Pulitzer por “Sunday in the Park with George” de 1985, além do Prêmio Kennedy pelo conjunto da obra, em 1993. 
   Alma solitária, Sondheim apenas em 1994 declarou publicamente que estava “apaixonado pela primeira vez na vida”, e se casou com o dramaturgo Peter Jones, com quem viveu até 1999. Nos últimos anos de vida, desde 2017, foi casado com Jeff Romley. Morreu de causas naturais, aos 91 anos, em 26 de novembro de 2021, como o último de uma geração.

 

(Parte da coletânea GENTE DE TEATRO, de William Mendonça. Direitos reservados.)

William Mendonça
Enviado por William Mendonça em 12/06/2023
Alterado em 13/06/2023
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