BERNARD SHAW
O maior frasista do teatro
O dramaturgo e escritor irlandês George Bernard Shaw, nascido em 26 de julho de 1856, é, sem dúvida, um dos maiores frasistas de todos os tempos. Com humor ferino e ironia transbordante, ele cunhava frases em entrevistas, discursos, ocasiões públicas e no trabalho como crítico teatral, que acabaram marcando época. Paralelamente, construiu uma obra teatral de relevância, a ponto ser, em 1914, o autor mais encenado do mundo.
Filho de família protestante, Shaw viveu a maior parte de sua vida em Londres, era músico autodidata e, longo aos 20 anos, decidiu dedicar-se à literatura. Atuou como crítico musical por vários anos e, em 1895 passou à crítica teatral, quando suas peças já faziam sucesso. Tratou com irreverência mitos britânicos, como o teatro de Shakespeare, e não poupou palavras para massacrar o teatro inglês de seu tempo.
O principal alvo de suas críticas era a frivolidade do teatro britânico, aos fins do século XIX – vale lembrar, em plena era vitoriana, onde havia grande rigidez moral. Para Shaw, o teatro deveria discutir idéias e, por ser inconformista, enfrentou problemas com a censura. Usava as edições em livro de suas peças para defender seus pontos de vista, em longos prefácios.
O próprio Shaw classificava seu teatro em fases. A fase “desagradável”, foi muito censurada. “A casa dos viúvos” (1892) foi recebida com espanto pelas autoridades e “A profissão da Srª. Warren” (1893) só pôde ser encenada em 1902, devido à censura.
Ainda no século XIX, Shaw iniciou sua fase “agradável”, com textos de grande sucesso comercial, como “As armas e o homem” (1894), “Cândida” (1895) e “O discípulo do diabo” (1897) que, no entanto, não deixavam de lado a ironia e a crítica social.
No século XX, Bernard Shaw viajou por vários gêneros teatrais, continuando sua carreira de sucesso. Destaque para “Homem e super-homem” (1903), onde Don Juan é perseguido por mulheres, e “Pigmaleão” (1913), em que ataca a moral da sociedade inglesa. Escreveu textos como “César e Cleópatra” e “O dilema do médico” (ambos de 1906), “Andrócles e Leão” (1913), “A casa da desilusão” (1919) e “Volta a Matusalém”(1921).
Um novo grande sucesso mundial veio com “Santa Joana”, sobre a vida de Joana D´Arc, em 1923. Dois anos depois, Shaw foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, coroando sua obra. Morreu em 2 de dezembro de 1950, em Londres.
(Parte da coletânea
GENTE DE TEATRO, de William Mendonça. Direitos reservados.)