STANISLAVSKI
A base do teatro moderno
Diretor, ator e crítico teatral russo, Konstantin Sergueievitch Alekseiev tornou-se mundialmente conhecido como Stanislavski, por sua obra que destrincha as etapas da formação do ator, criação do papel e construção da personagem. Nascido a 5 de janeiro de 1862, em Moscou, Stanislavski morreu na mesma cidade, em 7 de agosto de 1938.
A sua carreira teve início em 1885, quando ingressou na Escola Teatral de Moscou. Desentendeu-se com a família, deixou a escola e prosseguiu como autodidata. Pouco tempo depois, em 1889, começou a dirigir, alcançando êxitos no teatro russo e mostrando talento. Em 1897 acontece o seu encontro com Nemirovitch-Dantchenko, com quem criou, no ano seguinte, o Teatro de Arte de Moscou.
Stanislavski foi o pioneiro em montagens de textos de Tchekhov – certamente o mais importante autor teatral russo. Em 1905, acrescentou ao teatro o “studio” experimental, base de sua pedagogia e crítica do teatro. Celebrizou-se, a partir desta época, a frente do Teatro de Arte, com temporadas na Europa e nos Estados Unidos. As principais montagens que realizou foram de “A gaivota”, de Tchekhov; “Othelo” e “Julio César”, de Shakespeare; e “O pássaro azul”, de Maeterlink.
Em seus mais de 40 anos de atividade, Stanislavski dedicou ao teatro uma nova visão – de valorização do ator e do elenco. Ao mesmo tempo, mantinha uma postura crítica em relação à arte. Sua obra “A preparação do ator”, parte de “O trabalho do ator para consigo mesmo”, é mundialmente difundida, e um texto basilar no teatro moderno. Encontra-se publicado, além deste volume, os livros “A construção da personagem” e “A criação do papel”, que complementam sua teoria e prática teatral.
Stanislavski apresenta meios práticos para desenvolvimento do que chamou de “fé cênica”, ensinando os procedimentos psicológicos e técnicos do aproveitamento de estímulos sensoriais, da memória emotiva, da descontração muscular, da imaginação e da observação, entre outros fatores. Suas referências e experiências foram amplas e variadas, como naturalismo, expressão corporal, plasticidade do gesto, e até mesmo o zenbudismo.
Em 1931 publicou “Minha vida na arte”, sua autobiografia – um verdadeiro documento sobre o homem que mudou a arte teatral no século XX.
(Parte da coletânea GENTE DE TEATRO, de William Mendonça. Direitos reservados.)