MERGULHO
Demônios em minha cabeça - este chão
De sonhos pisados e fé sem motivo -
Destroem a força precária, mas não
O tempo tão pouco das coisas que vivo.
Reparto a comida, a primal refeição
Que planta na carne meu grito ablativo,
Que rasga o caminho e não tem salvação,
Reflexo pintado na dor que me privo.
Poeta sem rumo, deixado ao acaso,
Abraço paisagens de amor e agonia.
Permito que a morte não tenha mais prazo,
Permito que a noite mastigue este dia.
Mergulho sem volta, mas tudo era raso
- Viver é tão duro sem ter Poesia!
Sábado, 12 de abril de 2025
(Um soneto em arte maior - versos endecassílabos)