VELEIRO
Veleiro enlutado de peixe e marés,
Sou quem, na vazante, desenha horizontes;
E quando gaivotas por todo o convés
Lembrarem Teu nome, meu Deus, que despontes!
Porque tempestades são simples revés
E nunca interrompem o bailar dos montes,
O canto das ondas, os barcos que, invés,
Não seguem o fluxo dos portos e pontes.
Não temo o desterro, pois há calmaria,
E o vento se molda à medida que quero.
A Rosa plantada em Teu mapa irradia.
Planejo um acaso, um encontro sincero,
E perco da busca o motivo que via.
- Teu rumo me leva ao farol do que espero.
Segunda, 14 de abril de 2025
(Um soneto em arte maior - versos endecassílabos -
que já é resultado das conversas com o poeta Zé Salvador
em sua Oficina de Soneto, na Casa de Cultura
Heloísa Alberto Torres, em Itaboraí)