TANGO
Olho pela janela, que, entreaberta,
mostra o brilho distante de outras luas,
e o apagar lento e frio de sóis e nuvens,
nas janelas, em frente, como quadros.
Sei que o vento cochila nos telhados
quando a noite parece dar ao mundo
acordes de silêncio, como música
refugiada em velhas partituras.
Por isso, me encarcero nos venenos
e martírios do corpo que se esquece
possuir alma e sonho e verso e voz ...
Por isso reconheço, apenas, notas
vagas do antigo tango que flui, lânguido,
- cria rastros em minha solidão ...
Parte da coletânea
Alguns sonetos que fiz por aí...
Download gratuito