COLHEITA DO CAOS
Ciclo quebrado. Pálidas raízes
Que não rompem a terra, não respiram.
O tempo desmanchado em algum vaso,
qual se plantado fosse, mas não era.
Da janela, visões de olhos que rasgam
paisagens, velhos pássaros sem rumo,
dor metamorfoseada em tempestade,
qual se finita fosse, mas não era.
Se eu quisesse colher girassóis, lúcido,
plantaria manhãs ou horizontes,
jamais essas canções em labirintos.
Nem lançaria grãos às chamas íntimas,
terra queimada e seca, sem adubo,
qual se viáveis fossem, mas não eram.
(Dezembro de 2021)