NOTURNO
Outro para Augusto dos Anjos
Vês!? Pobre é todo o poeta que te beija,
noite dos sonhos mortos - por tentar
roubar-te essas estrelas - que deseja
tua aura de tédio, dor e mar.
Planto versos tal quadros surrealistas
e tento me escrever, me debulhar,
colhendo grãos de areias imprevistas
em praias imprecisas de encontrar ...
Dos meus sonhos, dá para ver a Lua,
mas não esses sóis que não posso contar,
mas não as paixões que habitam esta rua,
mas não a mim mesmo, espelho de quebrar ...
- Ah! noite dos absurdos absolutos!
Contra ti, já não sei lutar - mas luto ...
Parte da coletânea
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