ITABORAÍ
Itaboraí (RJ) é um misto de passado e futuro – reúne, a um só tempo, mais de quatrocentos anos de história, desde a fundação da Vila de Santo Antônio de Sá, em 1567, e a modernidade, com a instalação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que está em andamento e representa a ressurreição econômica da cidade.
Em sua História, Itaboraí teve alta e baixos econômicos, mas viveu momentos de grande importância social, econômica e política, especialmente no ciclo do açúcar, no auge da citricultura e da indústria ceramista. A freguesia de São João de Itaboraí foi fundada em 1696, desmembrada da Vila de Santo Antônio de Sá. Sua emancipação ocorreu em 1833.
Conhecida por ser berço de alguns dos principais nomes da cultura brasileira nos séculos XVIII e XIX, como o escritor Joaquim Manoel de Macedo, o teatrólogo João Caetano do Santos e o pintor colonial José Leandro, Itaboraí abriga um importante patrimônio histórico e arquitetônico dos períodos Colonial e Imperial – grande parte tombada pelo IPHAN.
Vale destacar, além das ruínas do Convento de São Boaventura, em Porto das Caixas, a importância do Centro Histórico da cidade, no entorno da Praça Marechal Floriano Peixoto – com prédios de relevância histórica como a Igreja Matriz de São João Batista, a Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres, a Câmara Municipal, a Prefeitura (no antigo palacete do Visconde de Itaboraí) e o Teatro Municipal João Caetano.
Em Itaboraí, estão localizados, também, o mais antigo sítio paleontológico brasileiro, às margens do Lago de São José, e o exuberante bioma do Manguezal de Itambi, localizado na APA de Guapimirim, onde se mantém viva a tradição da cata do caranguejo e podem ser encontradas mais de 170 espécies de aves em seu habitat natural.
(Texto de William Mendonça para o livro “Instantâneos do Passado”, produzido pela Fundação de Arte e Cultura de Itaboraí - já em segunda edição - com o acervo de exposição fotográfica realizada em 1992, pelos fotógrafos Marlus Suhet, Ronaldo Soares e Márcio Soares.)Na foto acima, o calçamento original de pedras pé-de-moleque em frente à capela, que dá acesso ao Palacete da Cruz em Porto das Caixas onde nasceu o Visconde de Itaboraí, José Joaquim Rodrigues Torres, 1º Presidente da Província do Rio de Janeiro (1834). Veja outras fotos.