SOBRE A CHUVA
Mal posso ver a estrada. Sinto o tempo
só na monotonia irritante
do limpador de pára-brisa e sigo
remoendo os temores da viagem.
A chuva nunca chega quando quero
- sempre me contraria, sem remorsos,
mostra que meu poder inquestionável
é tão pouco que nada vale agora ...
Ela sempre me põe no meu devido
lugar – preso, tentando proteger
meu orgulho ... e me ver pequeno dói.
Só quando a fúria cessa, e me distraio,
é que lembro daquele velho filme
e cantarolo “i’m singin’ in the rain” ...
Parte da coletânea
Alguns sonetos que fiz por aí...
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