TEU NOME
Ah! Vida,
se teu nome fosse suplício
serias muito mais que um resquício
de dor inerente à alma,
um trauma,
um problema,
um poema
como faca que corta
os sonhos;
se teu nome fosse medo
serias muito mais que um segredo
que nunca, nunca se conta,
tão tonta,
tão calada,
tão isolada,
cambalearias como o pesadelo
afogado num copo de whisky;
se teu nome fosse choro
serias muito mais que o louro
da vitória e a lágrima vencida,
tão sentida,
tão vazia
de poesia,
declamarias pelo caminho;
se teu nome fosse verso
serias muito mais que um controverso
apanhado de emoções,
de ilusões,
de desejos,
de beijos
que rimam entre bocas ardentes ...
Mas te chamas vida,
de batimentos cardíacos,
de impulsos nervosos,
de fraturas e cortes,
de respiração ...
Mas te chamas vida,
efêmera quimera,
um denso livro
a ser fechado
ao apagar das luzes ...
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