William Mendonça
POESIA, PROSA, MÚSICA E TEATRO
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Meu Diário
08/11/2007 23h47
BALAIO GERAL

GARCIA LORCA NO TEATRO
A atriz itaboraiense Monike Diniz, que foi destaque com a personagem Mundinha na peça “O Cangaceiro na Internet”, no ano passado, está em cartaz no Teatro Solar de Botafogo com a peça “A las cinco de la tarde”, com texto e música de Frederico Garcia Lorca, grande nome da poesia espanhola. Monike é um talento do teatro de Itaboraí, buscando seu espaço. A peça fica em cartaz até 19 de dezembro, todas as terças e quartas, às 21:30h, e o Teatro Solar de Botafogo fica na Rua General Polidoro, 180, em Botafogo, no Rio.

REGISTRO NACIONAL
Recentemente, a banda Registro Nacional fez duas ótimas apresentações em Venda das Pedras, aquecendo as turbinas para o lançamento de seu primeiro CD – “O momento é a gente que faz” – que acontece no próximo dia 23, no Teatro Municipal de Itaboraí. O Registro Nacional tocou no baile da ITAFLORES, importante evento de paisagismo que foi realizado na cidade no final de outubro, e também na festa da Igreja de São Pedro. O repertório dos bailes não inclui as músicas de autoria da banda, mas sim o rock dos anos 80, jovem guarda e outros. Os músicos têm grande experiência e trabalho em vários outros projetos – Dida (vocal), Cláudio (guitarra), Paulo Jorge (guitarra), Patrick (teclados e violões), J. Henrique (baixo) e Vieira (bateria).

TIM FESTIVAL
O Tim Festival continua se firmando como “o festival que pegou”, mesmo que traga algumas atrações de qualidade irregular, nomes mais ligados a tribos do que ao grande público. Neste ano, marcou ponto a favor trazendo a originalíssima Björk e a cantriz roqueira Juliette Lewis (foto), mas deu algumas “bolas fora”, principalmente no quesito organização. Teve gente perdendo a paciência com as filas e o preço de qualquer coisa – o jeito era assistir os shows a seco ou estourar as finanças até o próximo festival. Fiquei meio decepcionado com o The Killers, que parecia melhor em disco, mas, no geral, o festival ainda merece crédito.

SHAKESPEARE ON LINE
Alguém já disse que o maior filósofo de todos os tempos foi William Shakespeare, o bardo inglês autor dos maiores clássicos do teatro. Isso porque Shakespeare, ao escrever sobre reis, figuras histórias ou simplesmente casais apaixonados, falava sobre todos os fatos da vida, desde o relacionamento humano até a mais pura metafísica. Era um autor “pop” na época mas, com quatrocentos anos de história, acabou virando “clássico”. O problema de virar clássico é que muita gente deixa de ler, pensando que é chato. Pois se você ainda não leu, aproveite que a obra do bardo, incluindo “Romeu e Julieta”, “Hamlet” e “Otelo”, está disponível na internet em português. É só acessar http://www2.uol.com.br/cultvox/gratis/gratis.html, e baixar os textos. O site Cultvox, aliás, é ótimo e traz 500 obras ditas clássicas, entre literatura brasileira, portuguesa e inglesa, para download gratuito.

DA TERRA
Duas oportunidades para prestigiar os autores da terra. Primeiro, o lançamento do livro de Eurydice Pinho Pontes, “Itaboraí aos olhos de Eurydice”, que acontece no dia 10, sábado, às 16 horas, na Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres (na Praça Marechal Floriano, no Centro de Itaboraí). A jurista dá seu vôo literário com sensibilidade e competência. Outro é Haroldo Campos, economista e professor, que tem se mostrado um dos mais prolíficos autores da cidade. Depois de “Minha cidade, minha história” ele lança “Itaboraí de todos os tempos”. Vale a pena conferir.

HORA DE LER
Tem pessoas que mereciam, realmente, aquelas moções de congratulação que o Legislativo distribui a esmo por aí. É o caso da professora Sandra Scotelaro, que com seus próprios livros montou uma biblioteca para incentivar os colegas funcionários da Prefeitura ao hábito da leitura. Ela organizou um sistema de empréstimo de livros, é bom que se ressalte gratuito, e está fazendo a sua parte, ajudando aos outros e difundindo a cultura. É bom saber que no mundo de hoje ainda existe gente assim.

FOI QUASE
O gente boa Tião, da Prefeitura, passou perto de emplacar o samba de enredo da Caprichosos de Pilares, que em 2008 vai homenagear Itaboraí. O seu samba, em parceria com Squit, Paulo Abreu, Anderson do Cavaco e Olímpio Fróes, foi merecidamente finalista, mas acabou não sendo escolhido. O enredo “De Santo Antônio de Sá ao Pólo Petroquímico Itaboraí ... Uma terra abençoada!” é a aposta da agremiação de Pilares para retornar ao Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio.

ALFREDO
Causou uma tristeza que não tem tamanho a notícia, publicada em O SÃO GONÇALO no dia 1º, de que o poeta, professor e jornalista Alfredo Chlamtac Filho, que por décadas fez jornalismo cultural na cidade com o “Folha da Terra” e o “Sala de Espera”, foi morto por traficantes, juntamente com o moto-taxista que o levava. Enquanto escrevo esta coluna, as notícias ainda são desencontradas e chocantes – por exemplo, que o corpo teria sido jogado aos jacarés. Seja o que for, me causa estranheza que a grande imprensa não tenha dado a mínima para isso, ao contrário do que ocorreu com a morte de Tim Lopes. O pior de tudo é que Alfredo era uma pessoa pacífica, um ecologista e um poeta, o inspirador desta coluna em seu início, um homem de esquerda do tipo que a gente não vê mais por aí. Infelizmente, os bons morrem sem glória. Deixo aqui meus respeitos, meu protesto contra a impunidade e minha homenagem.

(coluna publicada no jornal O ALERTA, edição de novembro de 2007)

 

Publicado por William Mendonça
em 08/11/2007 às 23h47