13/05/2007 22h09
MOTIVAÇÕES CRÍTICAS
MOTIVAÇÕES CRITICAS
Agradeço os comentários, sejam elogios ou críticas, pois sempre são parte importante no crescimento. Mas, como ao comentar o poema "Divagação Pós-Parto" Seu Pedro entrou em algumas questões de mérito poético e filosófico, vou deixar aqui minha posição: a visão de que a rima é parte fundamental da poesia já caiu por terra há mais de um século - sem isso, talvez, não pudéssemos considerar poetas alguns dos maiores nomes da poesia do século XX, como Fernando Pessoa, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade. Eles usavam rimas, mas não se prendiam a elas. Quem se detiver um pouco mais sobre o que escrevo, saberá que este é também o meu caso. É claro que, dizendo isto, não estou me comparando aos mestres, apenas que sigo seu caminho.
Para falar a verdade, a posição óbvia da rima ao fim dos versos me cansa - tanto na escrita quanto na leitura. Gosto do ritmo, da sonoridade das palavras, de conduzir quem lê a caminhos sonoros, e a rima é apenas um dos recursos para isso, não o mais importante. Nem penso em entrar no mérito do que é poesia "rica" ou "pobre", pois é algo que reside mais no preconceito do que no valor literário. Poesia é poesia, e pronto.
Quanto à Bíblia e Deus e tudo o mais do ponto de vista religioso, tenho uma visão muito pessoal e, para começar, considero a Bíblia um misto de obra de fantasia e relato histórico judeu. Deus não escreveu qualquer palavra, não se preocupou em fazer um "livro", coisa que seria muito mais simples do que criar o universo. Nem mesmo Cristo se deu a esse trabalho, deixando o relato (traduzido e "adaptado" várias vezes) nas mãos de cronistas passionais e, por isso mesmo, parciais.
Quem lê o poema com atenção não encontra a palavra bíblia no texto, nem pretendi que "Deus me falasse" com alguma frase bíblica, pois não a considero a bula para tudo no universo, como alguns religiosos tentam colocar.
Quanto ao que Deus me disse, neste poema, é linguagem poética e suponho que isto tenha ficado claro, pois literalmente eu não lembro de nada antes dos meus três anos de idade ... Mas isso não daria um bom poema.
Em tempo: agradeço quando me chamam de jovem, mas isto talvez já não seja uma expressão correta da realidade. Tenho quase 40 anos, escrevo poesia há mais de vinte, e não vejo por que a minha suposta juventude serviria de "introdução" a uma crítica. Leio e estudo poesia, escrevo conscientemente, levo isso tudo muito a sério, desde os meus primeiros versos.
Publicado por William Mendonça
em 13/05/2007 às 22h09