William Mendonça
POESIA, PROSA, MÚSICA E TEATRO
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22/07/2011 21h00
BALAIO GERAL 003 – 22/07/2011

BOAS E MÁS NOTÍCIAS

O verdadeiro ícone da guitarra Eric Clapton, que vai se apresentar no Brasil em outubro, confirmou mais uma apresentação no Rio de Janeiro, já que a primeira noite (9 de outubro) já está com todos os ingressos vendidos em menos de dois dias. Essa é a boa notícia, afinal, mais uma oportunidade para assistir Clapton é algo a se comemorar. A má notícia são os preços para o show, que acontecerá no HSBC Arena. Muita gente vai se apoiar naquela de pagar meia-entrada, mas é bom ficar ligado, porque as vendas começam em 30 de julho, no site Livepass, no próprio HSBC Arena (Av. Embaixador Abelardo Bueno, 3401), no Posto Piraquê (Av. Borges de Medeiros s/n – Lagoa), Posto Bougainville (Rua Uruguai, 48 – Tijuca) e telefone 4003-1527. Quer saber os preços para o show extra, de 10 de outubro, então aí vai a lista:  R$ 950,00 (cadeira premier), R$ 720,00 (cadeira vermelha e camarote), R$ 600,00 (cadeira roxa), R$ 560,00 (cadeira azul), R$ 480,00 (cadeiras branca e rosa), R$ 420,00 (cadeira amarela e nível 1), R$ 340,00 (cadeira verde), R$ 280,00 (cadeira laranja), R$ 240,00 (nivel 3).

 
SAFRA DE 1991
Kid Vinil, em sua coluna no Yahoo, fez um interessante histórico dos discos que completam vinte anos em 2011. A chamada safra de 1991 traz o incomparável "Nevermind", do Nirvana, como principal lançamento, um disco que encontrou Kurt Cobain no máximo de sua criatividade e eficiência como guitarrista e vocalista. Quem já assistiu ao programa "Álbuns históricos" sobre o "Nevermind" vê que ele chegou exatamente aonde deveria - virou um marco no rock. Mas 91, como nos lembra Kid Vinil, o eterno vocalista da banda Magazine, teve outros discos marcantes - "Arise", do Sepultura, que levou o grupo brasileiro ao estrelato internacional, o ambicioso e irregular "Use your illusion 1 e 2", do Guns n'Roses, "Achtung baby", do U2, "Ten", do Pearl Jam, "Out of time", do R.E.M., e vários outros. Uma época, lembrem-se crianças, em que ninguém lançava disco primeiro na internet, em que ninguém tinha celular com MP3, até porque o MP3 nem existia, em que você ainda conseguia o vinil ou o K-7 do seu disco preferido - pois é, de lá para cá, foram vinte anos de revolução.
 
POTTER NA CABEÇA
O último filme da saga de Harry Potter chegou como um tsunami aos cinemas brasileiros, sem saber de ninguém que já estava em cartaz. No fim de semana de estreia, foram quase R$ 18 milhões de arrecadação, um público de mais de um milhão e meio de pessoas. Para se ter uma ideia do que isso representa para o mercado brasileiro, "Harry Potter e as relíquias da morte - parte 2" foi responsável por 62% do arrecadado no fim de semana de 15 a 17 de julho, em todos os cinemas do país - a melhor abertura do ano em público e renda. Ainda falta muito para atingir aos quase R$ 49 milhões arrecadados pelo quarto filme da série "Piratas do Caribe", que ainda está em cartaz e chegou a mais de 4,4 mil espectadores, mas o filho mais querido de J. K. Rowling vai longe. Nos EUA, Potter arrecadou U$ 168,5 milhões no fim de semana de estreia.
 
NOVOS BAIANOS
Um filme interessante que estreia neste fim de semana, que vale a pena assistir (se você conseguir encontrar, já que são poucas cópias) é "Filhos de João, Admirável Mundo Novo Baiano", um documentário produzido em 2009, dirigido por Henrique Dantas. O filme mostra a efervescência do movimento musical brasileiro no final dos anos 60 e início dos 70, sob a ótica do tropicalismo e, especialmente, do grupo musical Novos Baianos - uma espécie de comunidade hippie-axé-sonora composta por Baby Consuelo (hoje Baby do Brasil), Pepeu Gomes, Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor e Galvão . Vale muito conhecer imagens inéditas de arquivos dos próprios músicos, ouvir histórias sobre os tempos loucos, em que o Brasil amargava a sua pior ditadura, e acompanhar a influência de gente como João Gilberto e Tom Zé sobre essa turma. O próprio Tom Zé está lá, com aquela lucidez que só os gênios tem.
 
BOLA FORA DA CAIXA
Qual o limite para a influência de um patrocinador sobre um evento que apóia? É a pergunta que cineastas, críticos de arte e gente de cultura em geral está se fazendo agora, depois da decisão da diretoria da Caixa Econômica Federal de forçar a não exibição do longa-metragem "A Serbian film - terror sem limites", no RioFan, Festival de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro, que é patrocinado pelo banco estatal. O mal-estar causado pela decisão da Caixa levou a Associação Brasileira de Críticos de Cinema a lançar uma nota de repúdio ao veto ao filme do diretor sérvio Srdjan Spasojevic. Diz a nota: "A Abraccine defende a liberdade de expressão cinematográfica e o direito de os espectadores interessados assistirem aos filmes que lhes convêm, acreditando não caber a instituições públicas ou privadas a definição sobre o que deve ou não ser visto. A responsabilidade sobre programação e observação à classificação etária de filmes apresentados num festival de cinema é da organização do evento, devendo a ela serem dirigidas eventuais questões controversas, sem, para isso, ser utilizado o ato de censura prévia (inexistente no país) a um determinado trabalho artístico". O filme já foi exibido em dois outros festivais brasileiros, no Maranhão e no Rio Grande do Sul.
 
ROCK IN RIO
A partir da meia-noite deste sábado, 23 de julho, começa a venda de ingressos para o dia extra do Rock in Rio, que vai acontecer em 29 de setembro. A nova data, que foi confirmada na semana passada pela organização do festival, terá Stevie Wonder, Jamiroquai, Janelle Monáe, Ke$ha, Joss Stone e ainda um tributo à Legião Urbana, com os remanescentes da banda de Brasília, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. Os ingressos custam R$ 190 (inteira) e R$ 95 (meia-entrada) e cada CPF poderá comprar até quatro unidades, sendo apenas uma meia-entrada. As compras podem ser feitas pelo www.ingresso.com. 
 
RIO JÁ TEM SALA IMAX
O UCI do New York City Center, na Barra da Tijuca, abre nesta sexta, dia 22, a primeira sala de cinema IMAX do estado do Rio. Para a estreia, como não podia deixar de ser, a rede UCI vai exibir “Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2”, em cópias dubladas e legendadas e ingressos com preços de R$ 11 a R$ 34. O espaço tem capacidade para 350 pessoas e a tela IMAX, que vai do chão até o teto da sala, serve para ampliar ao máximo o campo de visão do espectador, que tem a sensação de estar dentro do filme. Para se ter uma ideia da diferença, os cinemas com a tecnologia IMAX possuem telas com 16 metros de altura por 22 metros de comprimento, enquanto nos cinemas normais as dimensões são 12 metros de largura por 20 metros de comprimento dos cinemas normais. Os filmes IMAX são gravados e impressos em filmes de 70mm, enquanto os longas-metragens convencionais são impressos em filmes de 35mm, para evitar distorções na imagem em virtude das dimensões da tela. 
 
OBRA-PRIMA?
Dizem os sábios que quando um autor se mete a falar, e pior, elogiar a própria obra, não só incorre na sempre desagradável falta de modéstia, como quase sempre fala bobagem. É o caso de Gilberto Braga, autor da novela das 9 de Globo, que decretou: "Insensato Coração é minha obra-prima". Então, chegamos à conclusão de que a direção da novela, ou os atores, ou mesmo a parte técnica, alguém por lá vacilou feio, pois conseguiram transformar a obra-prima de Gilberto Braga em uma coisa sem pé nem cabeça, com situações forçadas e vilões bidimensionais que parecem ter saído de uma revista em quadrinhos ou de uma fotonovela (alguém ainda lembra disso?). Não há profundidade na trama de "Insensato coração", que ainda teve alguns problemas sérios na escalação de elenco. Todo mundo sabe de Gabriel Braga Nunes e Paola Oliveira não eram as primeiras, nem as segundas escolhas para seus personagens. Glória Pires se esforça, mas sua Norma não chega a empolgar. Alguém que escreveu marcos na telenovela brasileira, como "A Escrava Isaura", "Dancin Days", "Água viva" e "Vale tudo" não pode ser tão leviano com a própria obra.
 
SANDÁLIAS DA HUMILDADE
O maior ator do século XX – façam os críticos quantas listas quiserem – foi Lawrence Olivier. O inglês que se notabilizou pelos papéis shakespearianos e por ter conseguido pela primeira vez levar com sucesso as obras do bardo para o cinema, faz uma autocrítica muito interessante em sua biografia “Ser ator”. Quando tinha 70 anos e já era o mito dos mitos, Olivier, também diretor do National Theather, foi para o palco fazer o judeu Shylock de “O mercador de Veneza”. Nos primeiros ensaios, um jovem diretor criticou a forma como Olivier estava montando o papel, que parecia “Olivier fazendo Olivier”. Chocado com a crítica, coisa que não era comum, ao invés de bradar contra o jovem, ou demiti-lo da companhia, o mestre resolveu reexaminar a composição de personagem que tinha feito e, convencido de que o diretor estava certo em sua crítica, começou o trabalho do zero, como se fosse um ator iniciante em seu primeiro papel de destaque. Calçou as sandálias da humildade e, como se diz no futebol, percebeu que “ninguém joga só com o nome”. Boas lições de uma fera do teatro.
 
PREÇO POPULAR
Neste domingo, dia 24, uma oportunidade interessante para curtir o Theatro Municipal do Rio em um programa de música clássica a um preço realmente popular: R$ 1. Quem tiver disposição para chegar pelo menos uma hora mais cedo para o evento (que começa às 11 da manhã) e enfrentar aquela fila tradicional, com certeza não vai se arrepender. A programação terá um dos compositores mais espetaculares da música universal – Mozart. A obra escolhida é a Serenata para cordas N. 13 em Sol maior, K. 525 “Eine kleine Nachtmusik”. E para provar que música clássica não tem fronteiras nem sotaques, a obra será executada pela Orquestra Capella Bydgostiensis, da Polônia, com regência de José Maria Florêncio. Mas o programa ainda reserva outras obras interessantes: “Serenade”, de Elgar, “Danças romenas”, de Bartók, “Música para cordas”, de Ernani Aguiar e “Orawa”, de Wojciech Kilar.
 
EXEMPLOS DE PAULÍNIA
Acabado o Festival de Cinema de Paulínia, é bom falar, especialmente para quem administra Itaboraí, Tanguá e outras cidades que serão agraciadas com o Complexo Petroquímico que está sendo implantado pela Petrobrás, de como uma cidade dá a volta por cima usando a cultura como foco. Recebendo recursos de uma importante refinaria, que levou milhares de pessoas à cidade (que inflou repentinamente), Paulínia se viu com o dilema que Duque de Caxias já enfrentou (e perdeu) e as cidades citadas vão encarar logo, logo: o dinheiro do petróleo é ótimo, os problemas que vêm com ele são enormes. Em dado momento, os administradores da cidade paulista perceberam que não dava para seguir a vida apenas como “a cidade-refinaria” e decidiram apostar numa coisa inusitada: o cinema. Sim, o cinema. Hoje, o pólo cinematográfico de Paulínia é o que movimenta a cidade o ano todo – hotéis sempre cheios, com as equipes que vão rodar filmes por lá, créditos em oito entre dez produções do cinema nacional, um festival de prestígio que paga altos prêmios, emprego para hotelaria, transportes, infra-estrutura, comércio. Tudo isso, só apostando na cultura.
 
KIRK OU ROBOCOP?
O ator Chris Pine, de repente, virou a bola da vez quando se quer um herói de ação. Visto recentemente no adrenalínico “Incontrolável”, Pine estrelou o reboot na série Star Trek (Jornada nas Estrelas, para nós da antiga), como o interminável Capitão Kirk. E já está confirmado para o chamado “Episódio 2”, que está em produção, terá a direção de J. J. Abrams (criador de “Lost”) e tem lançamento previsto para meados de 2012. Agora surgem rumores de que, depois de descartarem vários atores de maior nome e cachê (como Tom Cruise e Keanu Reeves), os produtores da refilmagem de “Robocop”, clássico de Paul Verhoeven de 1987, querem Pine para o papel. No original, um policial, interpretado por Peter Weller, é dado como morto e transformado em um robozão pronto para descarregar as armas em cima dos bandidos. O novo filme, ao que tudo indica, terá a direção de José Padilha, que tem no currículo nada menos que os dois “Tropa de Elite” e o “Ônibus 174”. Seria o primeiro trabalho hollywoodiano de Padilha, que lida de forma bem original com o tema da violência. Resta saber se Chris Pine vai dar conta de tantos projetos de peso em pouco mais de um ano.
 
BARBIE ESTÁ ÓRFÃ
Elliot Handler, o criador da fábrica de brinquedos Mattel e da boneca mais famosa do mundo, a Barbie, morreu no final da noite de quinta-feira, dia 21, aos 95 anos. Ele foi internado às pressas e morreu por falha cardíaca. A Mattel informou o falecimento de Handler através de comunicado, nesta sexta-feira. Handler, e sua mulher Ruth, falecida em  2002, fundaram a Mattel em 1945. O que era um negócio familiar chegou ao posto de um dos maiores fabricantes de brinquedos do mundo, principalmente pela criação da Barbie em 1959. A boneca, que muitas vezes é acusada de símbolo do machismo, com pernas desproporcionalmente longas e busto muito alto, virou, também, um símbolo da cultura pop e diverte crianças há várias gerações. Handler também foi responsável pela criação dos carrinhos Hot Wheels, outro campeão de vendas em todo o mundo. Ele usou os nomes Barbie e Ken (o eterno noivo da boneca) em homenagem aos filhos Bárbara e Kenneth (falecido em 1994).
 
 
NOTA EXTRA: A MORTE DE AMY
Como já está virando uma espécie de tradição mórbida nesta coluna, diga-se de passagem totalmente involuntária, somos obrigados a trazer uma nota extra, em virtude da surpresa do fato em questão: a morte da cantora inglesa Amy Winehouse, que ocorreu hoje, há poucas horas, em Londres. Ela foi encontrada em seu apartamento, e, apesar de ter sido confirmado o óbito pela polícia local, ainda não se tem a confirmação da causa. Considerada a melhor voz surgida nos anos 2000 - seu primeiro disco é de 2003, com forte influência jazzística - Amy Winehouse quase deixou ofuscar o próprio talento pelas polêmicas em que se envolveu, desde o uso de drogas a bebedeiras homéricas e brigas nos bares da capital inglesa. Entretanto, o disco "Back to black", de 2006, é sério candidato a disco clássico, pela força do repertório e a voz da intérprete - que também tocava piano e compunha canções de grande intensidade. No início deste ano, Amy Winehouse esteve no Brasil para algumas apresentações, que chegaram a ser criticadas por serem muito curtas, mas que provaram a resistência incrível da voz da cantora aos excessos que cometia. Ela é mais uma figura pop a engrossar o clube dos astros mortos em circunstâncias estranhas aos 27 anos - podemos citar o bluesman lendário Robert Johnson, a voz Janis Joplin, o mestre da guitarra Jimi Hendrix, o xamã Jim Morrison, Brian Jones do Rolling Stones e Kurt Cobain, o maior astro do rock dos anos 90. (23/07/2011 - 15:30 h)
Publicado por William Mendonça
em 22/07/2011 às 21h00
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