William Mendonça
POESIA, PROSA, MÚSICA E TEATRO
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Meu Diário
23/12/2010 22h00
AUSÊNCIAS E PRESENÇAS
Essa passagem de novembro para dezembro me deixou meio sem palavras. Tanto que não publico nada de novo no blog há algum tempo. Fiquei pensando nas amizades que a gente tem, mas às quais não dá a atenção merecida - a vida é meio estranha mesmo, sempre há uma desculpa para não procurar as pessoas, seja a distância, o trabalho, ou o cansaço. No final, cheguei à conclusão, é tudo desculpa, porque quando alguém é prioridade pra você, é mesmo, e você tem que dar atenção a essa pessoa, porque o tempo passa, as oportunidades de estar próximo vão diminuindo e tudo o que a gente não vive faz falta.
Eu estava pensando nisso pelo fato de viver em Tanguá e meus verdadeiros amigos não viverem aqui. Qualquer viagem é um calvário, um custo, uma epopéia ... Mas será mesmo? Será que não fico, na verdade, arrumando desculpas para minha própria indolência, para o meu jeito capricorniano de não ser lá muito emotivo no dia-a-dia? Está lá longe meu irmão mas ele, sempre que pode, arruma um jeito de vir à minha casa, só pra jogar conversa fora ou pra falar coisas sérias. Ele vem, também pra ver minha família, minha casa bagunçada, meus gatos e cachorros, minhas tentativas de fazer algo construtivo da vida. É longe, mas ele vem ...
No final de novembro, eu estava pensando nisso quando me chamaram para participar de um evento, o ItaboraRio, falando poesia, ao lado de um jovem poeta que tem idade pra ser meu filho, Saulo Matos, e dois mestres poetas tão doidos quanto meu finado pai, Chacal e Fausto Fawcett. Fui pro palco ler meus versos, pra homenagear uns amigos, lembrar de outros que já se foram, dizer eu te amo pra minha esposa e falar dos meus filhos, que também não estavam lá. Fui pro palco pra ser eu mesmo, um cara que já passou dos 40 mas ainda vive a emoção dentro do peito, raramente explodindo tudo isso a não ser nos versos, na música, na arte. Se você já leu o que eu escrevo, tenha certeza: você me conhece.
Publico no site um poema de 1987, chamado A MIL POR HORA, que é a abertura de minha peça de teatro "Sobre o vôo", o primeiro texto que falei no ItaboraRio e que fala sobre minha geração, os amigos, as idéias, a vida, enfim.


Publicado por William Mendonça
em 23/12/2010 às 22h00