William Mendonça
POESIA, PROSA, MÚSICA E TEATRO
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Textos

JOHANNES BRAHMS
Solidão e genialidade do último romântico

 

   Coube a Johannes Brahms a missão de manter o brilho da música alemã, que havia gerado nos séculos anteriores nomes como Bach e Beethoven. De talento precoce, que já aos 15 anos tocava em salões de baile e tabernas para se sustentar, ao artista maduro – radicado em Viena – que sofria ataques de outro grande artista alemão da época, Richard Wagner, que o considerava conservador, a vida de Brahms foi marcada pela solidão e a obra pela genialidade.
   Nascido em uma família pequeno burguesa de Hamburgo, em 17 de maio de 1833. Seu pai era músico e ensinou-lhe as primeiras notas. Aos sete anos, já demonstrava um talento incomum, o que o levou a outros mestres, como Otto Cossel e Eduard Marxsen – este seria fundamental na evolução do jovem músico, a quem ensinou por quatro anos. Marxsen impediu que o pai de Brahms o transformasse em uma atração como concertista prodígio. Apenas quando considerou o pupilo pronto, deixou que ele corresse o mundo.
   Ainda na juventude, alguns músicos refugiados da Hungria chegariam à Alemanha e Brahms tornou-se amigo e participaria de concertos com vários deles, especialmente os violinistas Eduard Reményi e Joseph Joachim. A cena musical alemã fervilhava de talentos. Outro húngaro, Franz Liszt, nutria grande simpatia por Brahms que, no entanto, que considerava sua música frívola e superficial.
   Um encontro definitivo para a vida de Brahms acontece em setembro de 1953. Apresentado em Düsseldorf a Robert e Clara Schumann por Joseph Joachim. O casal, formado por um dos maiores compositores de seu tempo e uma brilhante pianista, tornou-se uma segunda família para Brahms. Robert Schumann celebrava o jovem pianista como “a mais alta expressão da nova era”. A amizade se fortalecia, apesar da paixão platônica que Brahms nutria por Clara – nunca concretizada, mesmo quando Schumann faleceu em 1856.
   Enquanto ainda buscava o reconhecimento e produzia peças para piano e orquestras de câmara, viveu em Detmold, onde se tornou professor da princesa Frederike e formou um coral de vozes femininas. Mudou-se diversas vezes, sustentando-se com aulas e concertos, não sem se envolver em polêmicas – a maior delas contra a escola da Nova Alemanha. Dirigida por Richard Wagner (que se tornaria um desafeto de Brahms até os últimos dias) e por Liszt, o grupo procurava uma nova linguagem musical.
   Aos 30 anos, Brahms migrou para Viena. Lá, ampliou seu trabalho e amizades. A carreira como compositor ganhava visibilidade e em 1865 passa a se apresentar apenas com suas próprias composições. “Requiem Alemão” (1868), obra para coral, traz a consagração definitiva. O artista vivia a última fase do Romantismo. No entanto, apenas aos 43 anos Brahms se dedicou à empreitada de produzir sua primeira sinfonia. Comporia ainda mais três. 
   O autor das “Danças húngaras”, principais trabalhos de sua juventude, terminou a vida com uma obra vasta, que inclui três concertos, pelo menos duzentas canções e obras para coral e câmara. Brahms nunca se casou. Após assistir ao velório e sepultamento de Clara Schumann, único e confessado amor, em 1896, foi diagnosticado com câncer no fígado. Morreu em 03 de abril de 1897.

 

(Parte da coletânea GÊNIOS DA MÚSICA, em produção, de William Mendonça. Direitos reservados.)

William Mendonça
Enviado por William Mendonça em 06/12/2023
Alterado em 06/12/2023
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